A cidade de Badajoz, fundada durante a ocupação muçulmana, tem como primeiro assentamento a margem Sul do rio Guadiana; cresce para Norte e o rio assume uma posição central na morfologia da cidade.
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Vista da Alcazaba sobre o lugar de intervenção.
Badajoz, aproxima-se do Guadiana e constrói as suas margens conferindo-lhe um carácter urbano. A Sul, com maior densidade, o limite é desenhado por fortificações, largos, edifícios de habitação e algum comércio. A Norte, a ocupação da margem é consequência de uma acelerada transformação urbana. O afastamento de alguns edifícios criou, na margem Norte, um vazio urbano que promove uma ocupação descontrolada e marginal à vida da cidade.
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Fotografia aérea. Proposta urbana.
Quatro pontes unem as duas margens. A mais antiga, a Ponte de Palmas (séc. XV) é hoje uma estrutura de ligação pedonal entre as duas margens do rio; fundamental na reactivação do fluxo de pessoas e que possibilita uma nova apropriação das margens do rio. Baños de Badajoz é o tema para uma proposta de ocupação do vazio urbano na margem Norte do rio Guadiana.
O projecto estabelece um novo limite e define uma área de intervenção à escala da cidade. É criado um parque urbano que promove o uso do rio para desportos náuticos, pesca ou outras actividades de lazer. Os banhos públicos são a âncora desta operação e implantam-se como remate do novo parque.
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Plantas do piso 1 e piso 0.
Um embasamento, em betão, estabelece a cota dos tanques exteriores e permite a relação com o rio, com o parque e com a cidade. A rampa de entrada desenvolve-se como extensão do percurso do parque até ao interior dos Baños. O primeiro espaço, de chegada, é ainda do parque. Este, anuncia uma escada para a cafetaria e terraço ou permite a troca de roupa nos vestiários para o uso dos tanques.
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Corte transversal. Corte longitudinal.
Um pátio, maior, hierarquiza e organiza o programa dos Baños; permite a transição entre o interior do embasamento e os tanques exteriores. O segundo pátio define o espaço de banho turco, massagem e sauna.
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Vista axonométrica.
A nave, corpo vertical em aço, confere ao programa escala, proporção e afirma-se perante a ponte e edificios envolventes. No interior, define o espaço do tanque olímpico, da recepção e cafetaria dos Baños de Badajoz.
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Maquete 1/100.
Projecto desenvolvido na Universidade de Évora, disciplina de Projecto Avançado II. 2009
Orientação: Arquitecto Pedro Oliveira.